A fisioterapia pélvica é a área da fisioterapia que trabalha com a prevenção e reabilitação de disfunções relacionadas ao assoalho pélvico.
O assoalho pélvico ou períneo, é uma estrutura complexa, localizada na pelve, entre os ossos púbis e cóccix. É caracterizado por um conjunto de músculos, fáscias e ligamentos e tem a função de suportar os órgãos pélvicos (bexiga, útero, reto, uretra e intestino) em suas posições anatômicas, funcionando como uma rede de sustentação desses órgãos.
Durante a gravidez, os músculos do assoalho pélvico sofrem uma maior pressão, porque sustentam, além dos órgãos pélvicos, o bebê e os anexos embrionários. Assim como qualquer outro grupo muscular do corpo, o assoalho pélvico pode e deve ser fortalecido para que possa desempenhar sua função de forma eficiente.
Na gestação, o assoalho pélvico bem fortalecido oferece um maior apoio ao útero, reduz a pressão sobre a bexiga e melhora as dores lombares, que são comuns em gestantes, além de permitir melhor recuperação no pós-parto.
A fisioterapia pélvica é realizada através de exercícios específicos com o objetivo de melhorar a propriocepção (capacidade de perceber a contração e coordenação motora), reeducar e fortalecer essa musculatura. Esses exercícios são chamados de exercícios de Kegel, que são baseados na contração e no relaxamento adequado da musculatura perineal. Dependendo do caso são realizados com a utilização de cones vaginais.
A duração do tratamento depende da disfunção que a paciente apresenta, bem como da sua resposta fisiológica e evolução. Com a evolução da terapia, podem-se acrescentar exercícios domiciliares e mudanças comportamentais, para dar continuidade ao tratamento mesmo após a alta fisioterapêutica.
Inicialmente é feita uma avaliação através de um questionário e avaliação física da região do assoalho pélvico.
Após identificadas as disfunções e possíveis causas, é traçado o plano terapêutico, definindo a frequência semanal e o tipo de tratamento (com ou sem cones vaginais).
Na primeira sessão, são realizados exercícios de percepção e contração do períneo, para que a paciente aprenda a contrair essa musculatura de forma eficiente.
Na sequência é feito o agendamento e as próximas sessões são compostas por 50 minutos de exercícios específicos, de acordo com o objetivo proposto.
Não podemos afirmar quantas sessões precisarão ser feitas para se obter o resultado final, pois a evolução do tratamento depende de cada caso e de cada pessoa. Ao final do tratamento, antes da alta fisioterapêutica, a paciente é reavaliada para certificar que está apta a dar continuidade ao tratamento em seu domicílio, sem precisar ter acompanhamento na clínica.