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Dicas de saúde

Você já ouviu falar em vaginismo?

Atualizado em 26 de Setembro de 2022

O vaginismo, embora seja um assunto pouco comentado, é bastante comum entre as mulheres. É caracterizado pela contração involuntária dos músculos do assoalho pélvico ao tentar fazer penetração vaginal.

Essa contração pode variar de leve, gerando certa tensão e desconforto, a severa, que impede completamente a penetração, pois ao contrair ocorre estreitamente do canal vaginal e consequentemente dor.

Embora a mulher sinta dificuldade ou não consiga ter uma relação sexual com penetração, ela sente desejo, prazer e excitação, tem lubrificação vaginal e pode chegar ao orgasmo com outras formas de estimulação.

Essa disfunção tem forte relação com o medo da dor e desenvolve um ciclo vicioso. Nesse ciclo o medo de sentir dor, embora inconsciente, faz com que a mulher contraia a musculatura da vagina em alguns momentos da relação sexual, estreitando o canal vaginal. Essa contração gera dor na hora da penetração, e a dor aumenta o medo, o que provoca uma contração ainda maior, intensificando a dor. Assim, não é possível fazer a penetração e o desejo sexual vai embora.

Pode ocorrer em qualquer fase da vida da mulher e não existe uma causa definida. Acomete mulheres que sofreram algum tipo de abuso sexual, que tiveram educação sexual muito rígida, ou uma primeira relação sexual dolorosa, e também mulheres que tenham passado por algum evento traumático durante a vida ou no parto.

Existem 2 tipos de vaginismo:

Primário: acomete mulheres que nunca tiveram nenhum tipo de penetração, seja ela sexual, por absorventes internos ou consultas ginecológicas.

Secundário: acomete mulheres após um período de relações sexuais normais, com penetração.

Os sintomas mais comuns são dor e ardência durante o contato íntimo, e contração inconsciente que dificulta e muitas vezes impede a penetração.

Além de afetar de forma negativa a vida sexual e a autoestima da mulher, esse problema pode impedir a prevenção de doenças, pois a mesma não consegue ser submetida a exames ginecológicos de rotina.

O tratamento é realizado através da fisioterapia pélvica, onde a paciente será estimulada a conhecer o seu próprio corpo e a reconhecer as manifestações do mesmo em relação ao medo. Aprenderá a contrair e a relaxar a musculatura do assoalho pélvico para que consiga ter controle sobre as situações. Esse autoconhecimento é de extrema importância, pois quanto mais a mulher souber a anatomia e entender os sinais do seu corpo, maior será o seu preparo para viver sua sexualidade.

Já nas primeiras sessões são realizadas massagens perineais para diminuir a sensibilidade local e o medo ao toque.

Conforme a paciente for adquirindo tranquilidade e segurança, serão utilizados os dilatadores vaginais, que são pênis de silicone de diversos tamanhos, que permitem dilatar a musculatura do períneo, e estimular a penetração.

É fundamental esclarecer que em nenhuma fase do tratamento a paciente sentirá dor. Os sintomas serão respeitados e a progressão dependerá da sua tolerância e aceitação frente as técnicas.

Ao conseguir realizar penetração com o maior dilatador de forma tranquila e sem dor, e ao se sentir segura, a paciente estará apta para receber alta fisioterapêutica.

Dependendo do caso, é indicado acompanhamento psicológico para trabalhar a causa e acelerar o processo de tratamento.

Por mais que o vaginismo pareça ser um problema complicado, o tratamento é relativamente simples e de rápida resolução.

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